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quarta-feira, 10 de março de 2010

URUAPIARA 132 ANOS DE HISTÓRIAS E LENDAS - 1878 Origem do nome Uruapiara

URUAPIARA 132 ANOS DE HISTÓRIAS E LENDAS - 1878

Origem do nome – (Lenda): Contam que há muitos passados, d. Victória, veio de Belém do Pará “grilar” terras na região do Madeira. Viajava numa pequena galeota acompanhada de alguns marinheiros, Depois de ter estado no atual Bom Futuro penetrou no lago, hoje denominado “Abacaxi”, de onde, descendo o curso de uma igarapé foi ter ao grande lago (atual logo de Uruapiara). Deixando o lago rio abaixo, ao anoitecer, mandou que seus marinheiros amarassem os cabos em uma galhada que flutuava no meio do rio, e assim, ficariam a salva dos temíveis índios que habitavam aquela região onde despovoada de pessoas civilizadas. Mas. Logo após alguns minutos todos perceberam que a suposta galhada ia afundando nas águas. Num alarme em gritos, cortaram, rapidamente, os cabos e a galeota ficou a flutuar sobre as águas, em meio a uma calmaria de causar espanto. Assim, atemorizados, passaram a noite inteiro. Ao clarear do dia seguinte, aportaram, na margem do rio e fizeram contato com alguns índios que imediatamente se aproximaram curiosos do pequeno barco. Indaguos sobre o que significava aquela suposta galhada encontrada no meio do rio, os índios desseram ser o URUÁ-PEARA (o chefe dos uruás-grande) que habitavam naquele local. Taí o nome Uruapiara.

Historia Real: Vem a propósito alguns comentários sobre o distrito de Uruapiara, por ser o maior núcleo habitacional do Município e que conserva uma tradição centenária, dos seus fundadores, começando resumidamente. Pelo que escreve Dom Miguel D’Aversa, no boletim da Prelazia, “O clama”, por ocasião do primeiro centenário da capela daquela localidade:

“Hoje 06 de Agosto de 1978, temos a alegria de celebrar 1º centenário deste acontecimento que é o mais maravilhoso da história de toda a região do lago de Uruapiara. Em 1878 Dom Antonio de Macedo Costa, Bispo de Belém do “Gran Para” esteve naquela localidade e escolheu um lugar para a capela e confiou sua construção a Avelino de Almeida Filho. A capela foi construída, era bonita e havia até torre e o corro. O sino traz a fundição “Belém do Pára” 1972, e foi Dedicado ao Divino Espírito Santo que é o padroeiro da localidade. O povo de Uruapiara na sua maioria é estimado em toda a região, como um povo verdadeiramente católico, cujas famílias são tradicionalmente boas e educam seus filhos numa vida verdadeiramente cristã. O lago de Uruapiara era na época, lugar de muito comercio, e quase todos eram de paraenses e nordestinos, era de uma fartura pouca comum. As tarturagas, por exemplo, eram flechadas, tanto que eram.

O lago de Uruapiara fica dentro do rio mesmo nome, a duas horas de motor da margem do rio Madeira. É bastante largo e de uma visão deslumbrante. Sua água é límpida e azulada. No verão, tanto no lago como na extensão do rio, suas praias de areia brancas, principalmente às margens do Ipixuna ((continuação do rio Uruapiara) são atraente e convidativas para um banho refrescante.

O lago de Uruapiara e sempre foi à parte rural mais populosa do Município em 1970 eram 150 famílias hoje é de aproximadamente 3.000 habitantes. Nas margens do igarapé e do lago entrando pelos seus afluentes Jacunda, Ipixuna e Cabeceira. Sua população em sua maioria descende de paraenses e nordestinos, como disse Dom Miguel, descende também de portugueses, pois lá viviam algumas famílias daquela nacionalidade, que vieram na influência da borracha e que deixaram muitos descendentes.

Importantes são as festas religiosas daquela localidade, principalmente, a festa do Divino Espírito Santo, realizada no dia 20 do mês de Maio. Em todas elas, as funções religiosas, como ladainhas em latim da maneira como os antigos missionários católicos ensinaram aos religiosos e procissão marítima são acompanhadas com instrumentos de origem indígena e africana, como gambá, caixa grande, maracaxá, reque-reque tambor de um som e toadas forte e agudo tocando de maneira triste e emocionante, ouvindo-se canções toque da caixa grande e os hinos do Divino Espírito Santo faz brotar de maneira saudosa e lembrança dos meus antepassados, principalmente dos meus antigos que foram executores daquela expressão de fé cristã, que marcou a minha vida e meu caráter nos bons princípios religiosos a caixa grande e a do repertorio religioso da letras nos traz sentimentos e nos faz reviver um momento de felicidade e de paz, temos canoa de entrada procissão marítima, a dança do seringadô cantado pelo o capitão, foliões juntamente com os juizes da festas, num linguaja estranho e às vezes incompreensível neste momento entrar um casal dançando a dança do seringadô isso acontece em todas as festas religiosas. A maior de todas as festas em Uruapiara é de São Sebastião, que se realiza no dia 19 Janeiro localidade de novo centenário e no Jacundá, sempre após a festa do novo centenário uma das maiores festas realizadas naquela região, realizamos a festas em honra a Nossa Senhora do Rosário (Comunidade Florestas), Santa Civita (Comunidade Santa Civita), Cristo Rei, São Domingo Sávio (Comunidade Cristo Rei) e Santo Antonio (Comunidade São Pedro).

O “Surué” é um busto de madeira tosca, de formato não muito agradável, que por muitos anos esteve guardado num altarzinho. Juntamente com outras imagens de devoção popular na casa do Sr. Helvécio Neves, hoje, o “Surué” foi herdado pelo Sr. Raimundo Guanabara Neves, Filho do Sr. Helvécio, que tem pela imagem o mesmo zelo de seu pai, (Note-se que recentemente um ignorante ao valor de uma obra-de-arte, mas curioso, teve a ousadia de modificar a face da imagem, dando-lhe melhor aparência porém, tirando assim a sua feição original).

A origem do “Surué” é misteriosa: contam que a existência daquele busto data de mais de seis gerações passadas e que foi encontrado em terras de várzea por crianças que brincavam, amigos antepassados do Sr. Helvércio Neves, que lhe deixaram como herança e que, por muitos anos foi tido como boneco pelas crianças, depois passou a ser venerado como santinho pelas mesmos crianças , que lhe faziam igrejinhas. Mais tarde veio a ser venerado com respeito e devoção pelos adultos que o enfeitam com fitas de cores variadas e lhe pedem favores O Sr. Guanabara, construiu para o santo, junto de sua casa, uma pequena capela, onde o mesmo é venerado. Sua festa é conjunta a de Santo Antônio no dia 13 de junho. (Faça seu pedido a “Surué” tenha fé e confie).

Vale ressaltar: Que aquele povo sofreu prejuízo com a demarcação das terras indígenas que tirou dele, em benefícios de poucos índios, enormes área de terra de floresta, donde ele tirava a madeira, a palha a paxiúba para seu serviço os produtos de indústria extrativa que vendia para ajudar nas compras dos gêneros de primeira necessidade e, até mesmo a sua alimentação, pois aquele povo ainda se alimenta da caça e da pesca, vivendo das mesmas fontes de recursos e nas mesmas condições de vida daqueles silvícolas, com quem disputa a sua sobrevivência.

Os moradores de Uruapiara são atentos aos fenômenos da natureza e às coincidências ou não que acontece no seu dia-a dia, por isso contam muitas lendas sobre os mistérios da floresta, nos quais acreditam piamente.

Hoje aquele pequeno pedaço de mim mesmo, da minha infância, paraíso dos meus sonhos, fontes das minhas inspirações poéticas, pomar onde foram plantadas as sementes dos meus sentimentos cívicos e cristãos é denominado “URUAPIARA”

Parte resumida do livro Retalhos Históricos e Geográficos de Humaitá do Escritor, prosador, historiador, contista e poeta Raimundo Neves de Almeida, filho ilustre de Uruapiara.

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